Registro Evento Universidade Estácio de Sá

Já que o assunto mais comentado no momento é a Rio + 20 vamos relembrar o evento ocorrido no dia 16 de maio na Universidade Estácio de Sá. Em virtude da Conferência os alunos promoveram durante o 1º semestre letivo uma série de ações e trabalhos abordando este tema.


Na ocasião foram realizadas palestras com o ambientalista e biólogo Leonardo Furtado, do Núcleo de Conservação da Natureza do Parque Estadual da Pedra Branca e Christiano Figueira - Meliponicultor que atua como voluntário no PEPB. Em seguida, alunos do curso de jornalismo já formados pela Universidade falaram sobre a experiência de produzir livros-reportagem e sobre a escolha dos temas.

Apesar da forte chuva que caiu no dia do evento, o auditório contou com uma expressiva participação de professores e alunos de diversos períodos dos cursos de jornalismo e publicidade. A professora Élida Vaz realizou a abertura do evento, e a aluna do curso de jornalismo Carla Scott apresentou os palestrantes convidados.

O biólogo Leonardo Furtado iniciou a apresentação falando sobre a sua atuação no Parque Estadual da Pedra Branca ao longo destes 10 anos de trabalho cedido pelo Corpo de Bombeiros.

Dentre os assuntos abordados: 

 - a criação do INEA - Instituto Estadual do Ambiente em 2007 e sua missão de "Proteger, conservar e recuperar o Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro para promover o desenvolvimento sustentável";

- as 35 UC´s (Unidades de Conservação) do Estado do Rio de Janeiro;

- os 3 grandes e principais maciços localizados no município do RJ e seus respectivos limites;

- a importância de se preservar o meio ambiente, lembrando que "Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo para as presentes e futuras gerações" - Art. 225 CF/88.

- um comparativo mostrando a fisionomia florestal original do Estado do RJ no ano de 1500 com 100% da Mata Atlântica cobrindo o estado e a atual (2010) com apenas 17% da Mata preservada (os chamados remanescentes florestais).

O PEPB ocupa 16% do município do Rio de Janeiro e está circundado pelos seguintes bairros:

Norte - Senador de Vasconcelos, Santíssimo, Senador Camará, Bangu, Padre Miguel, Realengo e Jardim Sulacap.

Leste - Taquara, Jacarepaguá, Camorim, Colônia, Vargem Pequena, Vargem grande.

Sul - Recreio dos Bandeirantes, Grumari e Barra da Guaratiba.

Oeste - Guaratiba e Campo Grande.

Dentre os principais desafios enfrentados pelo Parque: falta de regularização fundiária; crescimento demográfico desordenado externo/interno; o uso predatório de seus recursos naturais; invasão por espécies exóticas de fauna e flora; incêndios criminosos e acidentais; práticas irregulares de motocross, mountain bike, jipe, cavalgada, trekking, com abertura de picadas e atalhos; concessionárias de serviços energéticos (torres), abastecimento (drenagem) e os arruamentos e vias que cortam o Parque; o fraco aparato fiscalizador (pessoal e meios); o desconhecimento, descaso e desativismo ambiental pela a população carioca (capacidade de indignar-se).

Ações em fase de implementação: elaboração do Plano de Manejo; implantação do UPAN - PMERJ; abertura de concurso público de guarda-parques civis; elaboração do livro de trilhas; aporte de recursos para revitalização das estruturas prediais, acessos e trilhas de montanha; aporte de recursos para compra de equipamentos (veículos, GPS, etc).

Ações implantadas: serv. de gestão ambiental; serv. de licenciamento/fiscalização; serv. de uso público (preservação, conservação, pesquisa científica, educação e lazer); manutenção do Conselho Consultivo; participação no Mosaico Carioca; manutenção do serviço de Guarda-Parques Militar (CBMERJ); apoio da CICCA nas ações de combate aos crimes ambientais; manutenção de PJs de reflorestamento na Serra de Bangu (compensatória Petrobrás - emissão de CO2); parceria nos projetos Viveiro Carioca e Natureza Doce e projetos voluntários como o grupo Amigos do Parque.

O meliponicultor Christiano Figueira apresentou o Projeto Natureza Doce mostrando a importância das abelhas sem ferrão na polinização e manutenção das espécies nativas. Os alunos e demais participantes ficaram encantados com a organização social das colônias de abelhas Mandaçaia, Iraí e Uruçu.

Encerrando o evento, alunos já formados pela Universidade contaram como foram elaborados os livros-reportagem, relatando suas experiências e dificuldades na confecção dos mesmos. Dentre os assuntos abordados o relato de jornalistas que acompanharam a ocupação da Vila do Cruzeiro; o caminho trilhado por uma empresa nacional que inovou no mercado de relógios; a experiência de um intercâmbio e a história do Jornal do Brasil.

O BLOG Amigos do Parque agradece a Universidade Estácio de Sá por esta oportunidade concedida ao Parque Estadual da Pedra Branca e aos amigos voluntários que lutam diariamente pela preservação deste ecossistema e consequentemente por uma melhor qualidade de vida à todos - "Cuidar da natureza é cuidar da VIDA".