Ao olharmos o mapa da Cidade do Rio de Janeiro, podemos verificar a existência de três grandes áreas verdes. O maciço de Gericinó, ao norte, de origem vulcânica, estendendo-se pelos municípios de Nova Iguaçu e Nilópolis. A leste, o Parque Nacional da Tijuca e a outra grande área verde, ao sul, é o Parque Estadual da Pedra Branca.
Mapa Relevo
Quem pensa que a Floresta da Tijuca é a maior floresta urbana do mundo, pode estar enganado. Localizado na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, considerado um dos maiores parques urbanos do mundo e a maior floresta urbana do país, ocupando cerca de 10% da área total do município do Rio de Janeiro, o Parque Estadual da Pedra Branca possui cerca de 12.500 hectares de área coberta por vegetação típica da Mata Atlântica, como cedros, jacarandás, jequitibás e ipês, além de uma variada fauna, composta por jaguatiricas, preguiças-de-coleira, tamanduás-mirins, pacas, tatus e cotias.
O maciço circunda os bairros de Guaratiba a oeste, Bangu e Realengo ao norte, Jacarepaguá a leste, Barra da Tijuca a sudoeste e ao sul, Recreio dos Bandeirantes e Grumari ao sul e Campo Grande a noroeste e compreende o conjunto das seguintes serras: Valqueire, Viegas, Bangu, Barata, Lameirão, Engenho Velho, Rio Pequeno, Taquara, Pedra Branca, Quilombo, Santa Bárbara, Rio da Prata, Nogueira, Alto do Peri, Sacarrão, Geral de Guaratiba, Carapiá, Cabuçu e Grumari. Separa-se do Maciço de Gericinó pela Baixada Bangu - Realengo e do Maciço da Tijuca pela baixada de Jacarepaguá.
Vista aérea do Maçico da Pedra Branca - 12.500 hectares de muito verde
Além dos seus 12.500 hectares de muito verde, o maciço ainda detém o ponto culminante do município, o Pico da Pedra Branca, com 1.025 metros de altitude. Além do variado patrimônio natural, o Parque e o seu entorno dispõem de construções de interesse cultural, como um antigo aqueduto, represas e ruínas de sedes de antigas fazendas, além do pórtico e da subsede do Pau da Fome, em Jacarepaguá e principal acesso ao Parque, cujo projeto é de autoria do “mestre” em construções de madeira, José Zanini Caldas. Próximo ao Parque, encontra-se ainda o Museu Nise da Silveira, na Colônia Juliano Moreira, com obras do artista Artur do Bispo do Rosário, reconhecido nacional e internacionalmente.
Subsede do Pau da Fome Principal acesso ao Parque
Relevo e Formação do Solo
O Maciço da Pedra Branca compreende o conjunto das seguintes serras: Valqueire, Viegas, Bangu, Barata, Lameirão, Engenho Velho, Rio Pequeno, Taquara, Pedra Branca, Quilombo, Santa Bárbara, Rio da Prata, Nogueira, Alto do Peri, Sacarrão, Geral de Guaratiba, Carapiá, Cabuçu e Grumari. Separa-se do Maciço de Gericinó pela Baixada Bangu - Realengo e do Maciço da Tijuca pela baixada de Jacarepaguá.
Vista Parcial do Maciço da Pedra Branca
Caracterizado por terrenos pré-cambrianos, representados por complexo granítico-migmático e corpos graníticos subordinados; alguns corpos de plutonitos alcalinos de idade Mesozóica; e recobrimentos sedimentares, notadamente holocênicos Apresenta feições morfológicas típicas de planície costeira, com presença de morros arredondados (“meias laranjas"). Apresenta nos níveis mais baixos os solos latossolos, mais evidentes ao longo das vertentes meridionais do maciço. Nos níveis mais elevados e nas encostas dos vales estão os solos podzólicos vermelho e amarelo litossol, são solos raros das vertentes montanhosas. O Parque possui em suas vertentes inúmeras furnas e grotas de blocos graníticos, formando cachoeiras e paisagens emolduradas pela Mata Atlântica.
Veja abaixo as principais serras e pontos culminantes do Maciço – foi dado um corte longitudinal para melhor visualização.
Mapa Relevo
Clima e Pluviosidade
Do ponto de vista climático a área é caracterizada de acordo com a Classificação de Koppen, como:
Aw: temperatura elevada com chuva no verão e outono. Temperatura sempre maior que 20°C. Predominante nas áreas de baixadas, apresenta distribuição bastante irregular de chuvas, com estação seca concentrada no inverno, sofrendo clara influência das frentes frias provenientes do sul do continente.
Af: temperatura elevada sem estação seca. Temperaturas sempre maiores que 20°C. Maior ocorrência nas encostas, apresenta melhor distribuição de chuvas, principalmente nas áreas próximas ao mar. As encostas opostas a estas são mais quentes e menos úmidas.
Cfa:temperatura moderada com chuvas bem distribuídas e verão quente. Nos meses de inverno há ocorrência de geadas sendo a média de temperatura neste periodo inferior a 16°C. No mês mais quente as máximas são maiores que 30°C. Clima tropical de altitude, ocorrendo nas altitudes maiores, acima da cota de 500m.
A temperatura média anual é alta, acima de 22º C, no verão varia de 30º C a 32º C, atingindo valores absolutos próximos dos 40º C. Em locais de mata fechada, a temperatura permanece na faixa de 25º C em dias quentes. O Inverno é ameno com médias acima de 18º C, mas nos pontos mais altos a temperatura pode beirar os 10º C.
A pluviosidade varia de 1500 a 2500 mm, sendo os períodos mais chuvosos no verão e os mais secos no inverno. A variação microclimática é resultante da proximidade do mar, além da influência de núcleos urbanos em direção às encostas e do abusivo processo de desmatamento.
Rede Hidrográfica – Proteção aos Mananciais Hídricos
Do maciço da Pedra Branca possui uma importante rede hidrográfica, já que parte dela contribui para o abastecimento de água da região circunvizinha, destacando-se as represas do Pau da Fome e do Camorim (século XIX), das Taxas e do Engenho Novo. Nesta área situam-se os principais divisores das grandes bacias do município do Rio de Janeiro, são 08 bacias principais e 53 microbacias. Pode-se desta forma identificar as três grandes bacias que dividem o maciço em suas vertentes norte (Baía de Guanabara), leste (Lagoas Costeiras) e oeste (Baía de Sepetiba). As divisões da rede hidrográfica apresentam-se segundo diferentes serras que constituem o maciço. A Serra do Quilombo, por exemplo, separa a bacia do rio Camorim (que deságua na Lagoa de Jacarepaguá); dos rios Grande e Engenho Novo (que deságuam na baixada de Jacarepaguá); dos rios Paineiras, Morto e Taxas (deságuam na baixada de Guaratiba). A Serra do Barata serve como divisor das bacias dos rios Piraquara e Pequeno. As demais serras não apresentam rios de grande significância. Concluindo, podemos dizer que o Maciço da Pedra Branca é o único divisor de águas que contribui para as três macrobacias da cidade (Baía de Guanabara, Baía de Sepetiba e Lagoas Costeiras).
A Represa do Pau da Fome, está situada a 130 metros de altitude, conduzindo o manancial das águas do rio Grande, e juntamente com os açudes do rio da Padaria e do rio da Figueira que vêm da serra do Quilombo, tem suas águas represadas para abastecer os habitantes desta bacia hidrográfica até a Taquara.
Represa do Pau da Fome
A Represa do Pau da Fome, está situada a 130 metros de altitude, conduzindo o manancial das águas do rio Grande, e juntamente com os açudes do rio da Padaria e do rio da Figueira que vêm da serra do Quilombo, tem suas águas represadas para abastecer os habitantes desta bacia hidrográfica até a Taquara.
O Aqueduto
O abastecimento d’água na cidade do Rio de Janeiro, em torno de 1817, era precário, obrigando o Governo da Corte a adotar medidas de proteção aos mananciais hídricos, devido à devastação das florestas.
As áreas dos mananciais do Rio Grande, pertencentes à fazenda do Barão da Taquara, foram adquiridas, em 1908, pelo Governo Federal, que realizou importantes melhorias na Represa do Pau da Fome. Na época também foi desapropriada pela União a área do manancial do Camorim, para o estabelecimento de uma reserva florestal e ampliação do açude e dos sistemas de tratamento e distribuição de água.
Açude do Camorim
Visando a preservação dos mananciais, o historiador Magalhães Corrêa no início da década de 30, expôs em seus artigos publicados no Jornal Correio da Manhã, a necessidade de proteção das florestas do Maciço da Pedra Branca.
Paralelamente, foram instituídas pelo Governo Federal as chamadas Florestas Protetoras da União, das quais muitas situadas neste Maciço, a saber: Camorim, Rio Grande, Caboclos, Batalha, Guaratiba, Quininha, Engenho Novo de Guaratiba, Colônia, Piraquara e Curicica, todas com captação d’água para abastecimento. Essas captações são hoje marcos históricos da engenharia hidráulica fluminense, já que muitas delas já eram antigas quando da decretação da medida protecionista.
A partir das necessidades de abastecimento d’água nos arredores da cidade, iniciaram-se as providências legais dos órgãos públicos, tanto no nível federal, quanto nos âmbitos estadual e municipal, em relação à preservação do Maciço.
O decreto nº 1.634 de Abril de 1963 promoveu a utilização integrada do Maciço, declarando de utilidade pública para fins de desapropriação as terras que integram a região.
Em 1972 foi criado pela portaria “P” SPG nº 20, de 18 de Julho, um grupo de trabalho para propor as medidas necessárias à criação do Parque. A substituição desse grupo pela Portaria “P” SPG nº 3, por um outro, em 19 de janeiro de 1973, o qual concluiu um relatório indicando as medidas necessárias para a criação do Parque. O relatório, bastante completo para a época, contemplou no conteúdo aspectos socioeconômicos, clima, ocupação, estado da cobertura vegetal, aspectos relativos ao patrimônio histórico, artístico e arqueológico da região do Maciço, sugerindo delimitação, nominação, aspectos administrativos e financeiros, atribuições do Estado e da União, possibilidade de convênios e indicando medidas para elaboração do plano diretor.
O Parque Estadual e a Área de Proteção Ambiental da Pedra Branca
Após todo esse processo em 28 de Junho de 1974 o Parque foi finalmente criado, por meio da Lei Estadual nº 2.377. Ele compreende a área acima da cota 100 (100 metros), contornando o maciço e englobando vários morros e serras. Estende-se por 12.500 hectares (125 quilômetros quadrados), que se limitam com vários bairros da Zona Oeste e da Baixada de Jacarepaguá. No Parque está situado o ponto culminante do município do Rio de Janeiro – o Pico da Pedra Branca, com 1.025 metros de altitude.
O Pico da Pedra Branca
Por incrível que pareça, este é o famoso Pico, que está localizado há 1.025m e de onde se tem uma das vistas mais bonitas da cidade do Rio de Janeiro.
Na década de 80, com a criação da FUNDAÇÃO INSTITUTO ESTADUAL DE FLORESTAS - IEF, o parque passou a ser administrado por esta fundação.
Em 1988, o Município do Rio de Janeiro criou pela Lei Municipal nº 1.206, a Área de Proteção Ambiental (APA) da Pedra Branca, acima da cota 300 metros. As autoridades municipais resolveram transformar a área do parque em APA, para assim combater a erosão, a poluição, as invasões, a devastação da mata e o crescente processo de favelização da área que circunda o maciço.
E em 1990, a área compreendida entre os bairros de Camorim e Pau da Fome foram transformadas, também pelo Município, em Reserva Biológica, com limites imprecisos, mas incluída na APA.
No início da década de 1990, foi celebrado um convênio entre a Secretaria Estadual Extraordinária de Programas Especiais, através da Fundação de Apoio à Escola Pública (FAEP), e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Projetos Especiais, através da Fundação Instituto Estadual de Florestas (IEF), para implantação do "Projeto Floresta da Pedra Branca", que tinha como objetivos principais a implantação do Parque da Pedra Branca e a valorização da floresta como a maior floresta urbana do mundo. Como pontos principais, este projeto previa:
1)Criação de um Horto Florestal para dar suporte aos trabalhos de reflorestamento, enriquecimento florestal e agrosilvicultura na área do Parque (que foi efetivado posteriormente, fora da área do Parque, na Colônia Juliano Moreira, numa área de 5 hectares);2)Construção dos Pórticos do Camorim (concluída no início de 1997, sub-sede que dá apoio à visitação pública e à fiscalização) e do Pau da Fome (onde se situa a entrada principal, com instalações sanitárias e de apoio à visitação e à fiscalização, concluído em 1993);3)Implantação de programa de apoio técnico e científico e programas de educação ambiental nas comunidades vizinhas do Parque (PROCOM, em andamento);4) Utilização de muares como meio de transporte no interior do Parque, de forma a preservar as trilhas;5) Implantação do núcleo de apoio em Grumari;6) Implantação de sinalização nas trilhas.