O Parque Estadual da Pedra Branca é considerado a maior reserva florestal em área urbana no mundo. Compreende um total de 12.500 hectares, onde se destaca o Pico da Pedra Branca, ponto culminante da Cidade com 1024 metros de altitude. SITE NÃO OFICIAL.
"Quero poder deixar esse mundo melhor do que encontrei..."



A Colônia Juliano Moreira

A atual Colônia Juliano Moreira é originária do Engenho Novo, um dos mais antigos de Jacarepaguá. O aqueduto, que levava água do maciço da Pedra Branca pelos seus oito arcos e setenta metros de extensão até os engenhos da planície, foi um dos três primeiros a serem erguidos no Rio na metade do Século XVIII. Os outros dois aquedutos da cidade são o da Carioca (Arcos da Lapa) e o da Rua Faro, no Jardim Botânico.



   Em frente ao aqueduto fica a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, de 1862, construída em estilo neoclássico. Hoje, a obra está precisando de reparo. Junto com o chafariz e os pavilhões que hoje abrigam pacientes, ela é uma das relíquias do bairro. No interior da igreja, fixada a uma parede, encontra-se uma pequena pia de água benta, hoje sem utilidade. Curiosamente, os depósitos dessa água foram responsáveis por surtos de doenças, já que o fiel molhava os dedos, benzia-se e beijava as pontas dos mesmos, por três vezes. Com isso, vírus de alguma doença da qual fosse portador passavam para a água e eram transmitidos para o próximo fiel. No altar-mor fica a imagem da santa, que segura uma caixa de remédios. O dia de N. S. dos Remédios é comemorado em 21 de Outubro.

   Dentro da Colônia está localizada também a sede da antiga Fazenda do Engenho Novo, erguida em 1838 e tombada 100 anos depois.


Igreja N. S. dos Remédios e A Casa da Fazenda do Engenho Novo

   Todos estes três monumentos tombados impressionam por sua beleza e valor histórico. Mas nos três casos, o cenário de abandono se repete. O Aqueduto dos Psicopatas, por exemplo, está cercado de edificações irregulares e com a sua estrutura deteriorada. Recentemente o IPHAN descobriu onde fica a nascente e a antiga tubulação do aqueduto. Embora reconheça que o bem enfrenta problemas de conservação, o órgão quer estender sua área de tombamento para preservar as instalações descobertas.

   Já a sede da antiga Fazenda do Engenho Novo e a Igreja Nossa Senhora dos Remédios estão infestadas de cupins e cobertas pelo mato. A direção do Instituto Juliano Moreira disse em 2001 que tinha em mãos um projeto para evitar a deterioração dos prédios. Na época, o diretor Paulo Fagundes informava que a restauração dependia apenas da assinatura de um acordo entre o Ministério da Saúde e a prefeitura. A iniciativa, entretanto, não se concretizou.


Mato e reboco caindo na Igreja N. S. dos Remédios

   Em 1912, o Engenho Novo foi desapropriado para a transferência da colônia de psicopatas da Ilha do Governador para o local, que foi feita em carros de bois. Os pacientes mais agitados foram acorrentados para não haver fuga durante o trajeto.

   Até a década de 1930, o estabelecimento era denominado Hospital Colônia de Jacarepaguá. O nome atual é em memória do Dr. Juliano Moreira, batalhador em prol dos doentes mentais e um dos responsáveis pela lei de assistência aos alienados de 1904.

   Por volta de 1993, Darcy Ribeiro desenvolveu um projeto na Colônia Juliano Moreira a fim de recriar a floresta de essências raras e em extinção que outrora existia no Parque Estadual da Pedra Branca. Darcy Ribeiro pretendeu tornar visível toda essa beleza. Foi construído um grande viveiro na Colônia Juliano Moreira, onde se iniciou o cultivo de um milhão de mudas das árvores para serem plantadas no enriquecimento e recuperação da cobertura vegetal desse maciço. Criou-se uma infra-estrutura de apoio aos serviços de conservação da floresta para garantir o uso equilibrado pela população.


Horto da Pedra Branca - Colônia Juliano Moreira

   “Nesta primavera de 1993 estamos mostrando os primeiros resultados da implantação deste projeto que pretende recriar a Floresta de essências raras que outrora existia no maciço da Pedra Branca”.

   Nas sementeiras do Viveiro da Floresta, localizado na Colônia Juliano Moreira, inicia-se a produção anual de 1,5 milhão de mudas das árvores que serão plantadas no reflorestamento do maciço: Pau-Brasil, Aroeira, Jacarandá, Gonçalo-Alves e outras.

   Na floresta do Pau da Fome, que integra com as florestas do Camorim, Vargem Grande e Grumari e outras o conjunto de matas remanescentes que recobrem o maciço da Pedra Branca, já se encontra construído o primeiro pórtico de acesso, de autoria de Zanine.”

Darcy Ribeiro