O Parque Estadual da Pedra Branca é considerado a maior reserva florestal em área urbana no mundo. Compreende um total de 12.500 hectares, onde se destaca o Pico da Pedra Branca, ponto culminante da Cidade com 1024 metros de altitude. SITE NÃO OFICIAL.
"Quero poder deixar esse mundo melhor do que encontrei..."



Fauna e Flora

O Parque Estadual da Pedra Branca constitui um maciço montanhoso, com cobertura vegetal típica de Mata Atlântica. Este tipo de formação apresenta árvores de vários portes, que alcançam entre 20 e 30 metros de altura. Há superposição de vários estratos, geralmente três arbóreas, um arbustivo e um herbáceo, observando-se grande número de lianas, trepadeiras e epífitas. A importância da Mata Atlântica está reconhecida a nível constitucional, sendo juntamente com a Floresta Amazônica e outros importantes ecossistemas considerada patrimônio nacional e reserva da biosfera.

    O território do Estado do Rio de Janeiro, outrora totalmente coberto pela Mata Atlântica, tem hoje somente 9% de sua área com cobertura vegetal florestal, na qual podemos incluir a área do Maciço da Pedra Branca.

    No século XIX, quando o cultivo do café se destacava na economia do Rio de Janeiro, existiam no Maciço diversas fazendas que lá implementaram tal cultura. Entre elas destacavam-se as Fazendas Camorim, Vargem Grande, Vargem Pequena (pertencentes aos Corrêa de Sá), Engenho D’água (do Visconde Asseca), Independência e do Engenho Novo (atual Colônia Juliano Moreira), uma propriedade de porte, onde foi instalado um grande aqueduto de alvenaria da cidade, sobre pilares de pedra de grande volume, na segunda metade do século XVIII. Deve-se destacar também a importância da Fazenda Independência, localizada no sopé do Marro do Cabuçu – em Guaratiba, por ter sido o campo experimental do Major Manoel Gomes Acher, o percursor da silvicultura brasileira e, responsável pelo reflorestamento do Maciço da Tijuca.
    No início do século XX, verificou-se a divisão das fazendas em lotes rurais, num estímulo à ocupação local, com a implantação do plantio da banana, hoje cultura predominante na área do Maciço.

    O cultivo da laranja, que se desenvolveu em grande escala no Estado do Rio de Janeiro logo após 1920, ocupou as encostas mais baixas do Maciço da Pedra Branca.

    A cobertura vegetal do Parque pode ser distribuída da seguinte maneira:
  • 3.216,2 hectares, cerca de 26% ocupado por vegetação de campo antrópico, constituído de culturas, pastagens e macegas, onde predomina o capim colonião.
  • 2.156,5 hectares, cerca de 17% ocupado por Florestas Alteradas, incluindo os bananais.
  • 6.920,1 hectares, cerca de 55% da área total coberta por florestas, representando a maior mancha remanescente de Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica) contínua, entre os outros maciços florestais situados no Município.
    Apesar das pressões negativas sofridas até hoje, é possível encontrar na flora do Maciço espécies raras, endêmicas e muitas ameaçadas de extinção. Um levantamento florístico preliminar do Parque registrou 218 espécies vegetais na área do maciço.

A vegetação é muito rica

    Entremeadas na vegetação do Parque, encontram-se espécies introduzidas pelo homem, testemunhando o passado de ocupação e exploração da região, como o cafeeiro, a jabuticabeira, a jaqueira e a mangueira. Em meio as espécies arbóreas existem madeiras de lei. Entre as espécies raras temos os jequitibás, o tapinhoã, a noz-moscada-silvestre – encontrada somente no Município do Rio de Janeiro, o vinhático, entre outras.

    Existem também diversas espécies de figueira, palmiteiro, pau d’alho e anda-açu, localizadas nas proximidades da represa do Camorim, na Reserva do Pau da Fome e na localidade de Monte Alegre.

    Conforme a sua evolução, a Mata Atlântica se adaptou a viver em determinadas condições de luz, calor e umidade. Podemos observar uma estrutura de “andares” formadas por diversos tipos de vegetação.

    No térreo vivem as ervas, as plantas medicinais, as samambaias e musgos. No 1º andar estão arbustos e arvoretas de até 2 metros, com suas folhas largas procurando um pouco de luz como as bananeiras, a costela de adão e uma grande quantidade de cipós e lianas. No 2º andar, as árvores se fecham tocando as suas copas, numa corrida em busca da luz solar, podemos citar as palmeiras e algumas árvores de frutos comestíveis.
    Abaixo vamos conhecer um pouco mais sobre as espécies encontradas nessa imensa floresta.

   Bromélias - Bromélias ou gravatás são plantas típicas do Novo Mundo, habitando desde o nível do mar até altitudes de 4.000 metros. Elas pertencem à mesma família do abacaxi, do barba-de-velho e da banana-do-mato.
    Devido a uma sofisticada adaptação evolutiva, as bromélias são plantas que podem viver na terra, em cima de pedras (rupícolas), na areia e em cima de outras plantas, não sendo, porém parasitas.
    Suas folhas se fixam em torno de um eixo, formando um padrão espiral de roseta, podendo aparar água, e folhas caídas formando um verdadeiro copo de nutrientes. As folhas desenvolveram um eficiente mecanismo de pêlos para obtenção de água e nutrientes. Devido a essas características as bromélias servem para armazenar água, que é procurada pelos animais habitantes das copas das árvores, formando uma cadeia alimentar.


Bromélias

   Palmeiras - O palmito Juçara, nativo da Mata Atlântica, já chegou a responder por cerca de 100% do mercado interno e 80% do mercado mundial. Por ser cada vez mais raro e difícil de extrair, corre sério risco de extinção.
    As palmeiras têm uma importância estratégica na cadeia alimentar da floresta. A retirada indiscriminada de palmiteiros promove a redução da oferta de alimentos para a fauna. O palmito muitas das vezes é industrializado sem a mínima condição de higiene, o que pode acarretar sérios riscos para a saúde do consumidor.

Palmeira de onde se extrai o Palmito Juçara

    O palmito é formado pelo miolo do tronco das palmeiras, mas algumas têm um valor comercial maior e são mais procuradas. A palmeira Juçara, por exemplo, já está praticamente em extinção e foi substituída pela palmeira Açaí, que responde por cerca de 98% da oferta do mercado.

   Árvores Frondosas - Entre as árvores frondosas que podemos encontrar na Pedra Branca temos a Guapuruvu e o Jequitibá.

   O Guapuruvu é uma leguminosa amante de luz que pode chegar até 30 metros de altura. Ela sempre aparece nas bordas das matas ou onde há uma clareira na floresta. Habita na Mata Atlântica da Bahia ao Rio Grande do Sul. É uma espécie muito usada para reflorestamento e recuperação de áreas degradadas de Mata Atlântica. Sua madeira é leve e clara podendo ser utilizada na fabricação de palitos, lápis, canoas, compensados e laminados. É excelente para a fabricação de polpa para papel.

Guapuruvu

    O Jequitibá é a grande emergente da floresta que pode atingir 50 metros de altura e 2 metros e 15 centímetros de diâmetro no seu tronco. É também chamado de bingueiro e cachimbeiro, devido a seus frutos servirem para se fazer cachimbos. É uma espécie que tem crescimento lento, vivendo mais de uma centena de anos. Sua madeira é resistente e pesada servindo para fazer móveis, molduras, peças torneadas, podendo ser também utilizada na construção civil. A casca pode ser empregada como estopa usada em embarcações, e na medicina popular é um poderoso desinfetante, recomendado para inflamações na garganta.

Jequitibá

    Sua dependência da fauna é total. Suas flores são polinizadas por abelhas e seus frutos são muito apreciados por macacos.

Fauna

   O Parque abriga grande variedade de espécies de animais que encontram habitat propício ao seu desenvolvimento e reprodução na densa Floresta Atlântica. A sobrevivência destas espécies encontra-se seriamente ameaçada pela intensa destruição deste tipo de formação florestal. Um inventário da fauna indicou que existem pelo menos 220 espécies de aves, 38 de répteis, 12 de anfíbios e 79 de mamíferos, além de espécies de peixes e invertebrados. Veremos abaixo algumas destas espécies.
    Entre os mamíferos se destacam o macaco-prego, o porco do mato, a preguiça, o furão, o ouriço-cacheiro, o cachorro do mato, o mão-pelada, o tamanduá de colete, a paca, a cutia, os gatos do mato e muitas espécies de morcegos.

A Preguiça e o Tamanduá


    A avifauna do Parque tem sido muito estudada por pesquisadores, que já identificaram a existência de mais de 180 espécies. Entre elas destacam-se o tucano-de-bico-preto, os araçaris, os gaviões, o papagainho e a jacupemba.

O Gavião, a Jacupemba e o Araçari e o Tamanduá


    Os répteis são representados especialmente pelas serpentes, como a cobra-de-vidro, a jararaca, a cobra-verde e a jibóia.

A Jararaca e a Cobra Verde

    Os invertebrados aquáticos ribeirinhos mais comuns são o pitu e o caranguejo de rio. Verificam-se muitas espécies de insetos no Parque, especialmente as borboletas azuis, os serra-paus e as baratas-da-mata.