Embora exista na Pedra Branca grandes áreas florestais, protetoras dos mananciais, vários tipos de uso, tanto urbanos quanto rurais, vêm comprometendo a preservação das mesmas. Sob o ponto de vista geotécnico, a maior parte das encostas foi considerada imprópria para qualquer tipo de ocupação; os problemas de erosão do maciço dão-se tanto nas áreas ocupadas quanto nas desocupadas, mas são registradas apenas as ocorrências que causam dano às áreas urbanizadas. Em muitos locais, o capim colonião e as bananeiras prejudicam gravemente as encostas, afetando as florestas. A vertente norte do maciço é a mais degradada. A partir do Morro do Cabuçu, existe uma grande área onde o processo de desmatamento apresenta-se de forma intensa. No lado do maciço que corresponde à área contribuinte da Bacia das Lagoas Costeiras, estão localizadas as maiores florestas, inclusive as protetoras de mananciais; contudo, já se constata aí forte incidência de bananeiras e de capim colonião.
Embora a legislação de proteção ambiental no Maciço seja restritiva, a ação protetora esbarra no problema de regularização da situação fundiária do Parque e na dificuldade em se manter ações regulares de fiscalização; é também pequena a atuação do Poder Público no que se refere ao reflorestamento, conseqüência da prioridade dada a áreas residenciais, mais populosas. A existência dos mananciais na região justificaria, porém, uma maior atuação.
Outro problema gerador de erosão, sobretudo na Serra de Bangu, é a instalação de torres de transmissão de energia, que cortam drasticamente as encostas, propiciando ocupações indevidas, com grande ocorrência de desmatamentos.
Mais grave ainda é o problema das pedreiras, sobretudo as de granito ornamental, que vêm degradando o Maciço da Pedra Branca. Essa exploração ocorre de maneira tão rápida, que o Poder Público não tem tempo de embargar. O simples embargo não tem se mostrado eficaz, pois na maioria das vezes, ou a atividade prossegue de forma clandestina ou é abandonada, restando um ambiente degradado e de difícil recuperação.
A abertura da Avenida das Américas, uma das principais vias expressas da região e que corta o Maciço, vem induzindo um crescimento cada vez maior, tanto de alto como de baixo padrão, o mesmo ocorrendo nas Estradas de Grumari e Grota Funda.
Entre outros problemas, podemos citar:1) A ausência de instrumentos de planejamento e gestão, como a falta de um plano de manejo e zoneamento, obstáculos a sua implantação e consolidação efetiva.2) Queimadas para renovação de terras em pastagens, desmatamentos para a expansão de culturas.3) Ocupações irregulares.4) Extração de produtos e sub-produtos florestais.5) Pressão de empreendimentos imobiliários e estabelecimentos humanos, o que acarreta o aumento progressivo da favelização comprometendo o ecossistema do Parque.6) Caça predatória e Turismo desordenado.7) Excessiva demora para a aplicação de multas. Entre outros.
Estima-se que no Parque, cerca de 10 mil moradores ocupem áreas no interior e encostas de morros e fundo de vales, onde ocorrem adensamentos populacionais que, conseqüentemente, geram problemas de contaminação dos mananciais por matéria orgânica, restos de comida e recipientes de limpeza provenientes de ocupações. Esses produtos são os que mais aparecem nos rios Sacarrão, Pequeno, Grande, Paineiras e Engenho Novo.
Uma comunidade, por exemplo, de 120 famílias está localizada dentro do Parque, na área do Pau da Fome, num local cercado por encostas íngremes. Acidentes fatais nessa área no caso de chuvas fortes, são inevitáveis. Na enchente de 1996, neste local, morreram 11 pessoas. Segundo Marcelo Soares, ex-administrador do Parque, esta comunidade se desenvolveu primeiramente através da agricultura de subsistência. No início da década de 90, os donos das terras foram desmembrando seus lotes e dividindo entre os familiares. Hoje ela sofre um processo de favelização.
É conveniente ressaltar que os diversos agrupamentos residenciais, localizados dentro do Parque, tende-se a agravar na medida que os moradores continuam sem regularização fundiária e sem critérios de permanência de ocupações na Zona Oeste. O crescimento da comunidade Rio da Prata, por exemplo, deu-se através da abertura do caminho dos Caboclos-Taxas – uma estrada não pavimentada projetada pelo governo na década de 1970. A intervenção induziu ao crescimento de uso residencial e comercial ao longo da estrada, como o surgimento das comunidades “Buraco Quente e Caboclos”, de aproximadamente 500 famílias. A maior parte das ocupações, proveniente do processo de retalhamento de lotes rurais.
Outra área em questão é a comunidade da “Bela Vista”, no morro de Santa Luzia, com aproximadamente 300 famílias em processo de crescimento, na área considerada pela GEO RIO, como sendo de risco geotécnico. No bairro de Realengo podemos destacar a comunidade do “Caranguejo”, com aproximadamente 400 famílias que evolui ao longo da Estrada dos Teixeiras, que corta a região montanhosa do Parque – sentido Jacarepaguá. No Saco do Viegas há uma forte pressão: ocorrem ocupações em confronto com os limites do Parque, podemos encontrar pequenos agrupamentos localizados na Estrada do Viegas. É preocupante a região da Serra de Bangu e Barata onde favelas crescem aceleradamente.
Já para os lados de Jacarepaguá, a valorização das terras impulsiona o crescimento de grandes loteamentos. Do Camorim ao Recreio há moradias de alto padrão nas encostas dos morros protegidos, além de grupamentos residenciais constituídos por condomínios e loteamentos projetados, fato observado pela descaracterização sócio-econômica que ocorre com comunidades rurais da região.
A descaracterização dos sítios ou pequenos latifúndios do maciço onde ocorre o cultivo de bananas é preocupante devido a baixa expressão econômica do produto. Com a valorização das terras pelo mercado imobiliário, aumenta o retalhamento de lotes rurais para incentivos econômicos dos empreendimentos.
A luta de moradores e bombeiros contra as queimadas
Segue abaixo uma análise feita em Junho de 2002 por Marcelo Soares – Ambientalista e Ex-Administrador do Parque Estadual da Pedra Branca, sobre o perfil do uso fundiário, evolução e problemas resultantes da ocupação humana.
1) A ocupação no Maciço da Pedra Branca, é hoje, considerada heterogênea, apresentando quatro grupos distintos: Os proprietários de terras e/ou lotes rurais -ocupantes descendentes e/ou herdeiros de terras, considerados tradicionais que correspondem a cerca de 40% das ocupações que lá estão há mais de duas ou três gerações. Os posseiros - com cerca de 30% dos ocupantes, que fixaram moradias de uso residencial-rural, em busca de atividades econômicas antes de 1974. Os arrendários - com cerca de 20% dos ocupantes, que utilizam propriedades e/ou estabelecem moradias em posses, ainda com algum tipo de atividades econômicas em sistema de arrendamento. Os invasores - com cerca de 10% dos ocupantes, distribuídos em encostas e que desenvolveram, posterior a criação do Parque (lei 2.377 de 28/06/74) ocupações desde baixo a alto padrão construtivo. Pôr fim observa-se especulações de terras e o crescimento de ocupações VERANISTAS (Segunda residência) que evoluem em regiões valorizadas do ponto de vista urbano.
2) Evidentemente, seja o declínio da pecuária e da agricultura e posteriormente desapropriações e indenizações de benfeitorias não efetuadas pelo antigo Estado da Guanabara, o fator considerado o mais agravante, refletindo em algumas transformações do uso das florestas e das condições fisionômicas e ambientais, ocorridas neste período (antes de 1974) oriundos de todo o conflito fundiário, já existentes, mediante ao processo acelerado das ocupações humanas, datado com maior freqüência desde o início do século XX, na Pedra Branca. Nota-se que estes fatores apontados, eram na época uma razão drástica. Contribuíram para o avanço das primeiras ocupações constituídas por familiares de agricultores em áreas de terras desprovidas e/ou impróprias para qualquer tipo de uso e ocupação. Por ocasião, em 1974 após a criação do Parque (lei 2.377 de 28 /06/74) abrangendo as terras de domínio da união, foram cadastradas cerca de 1.500 propriedades rurais com atividades econômicas, dos quais estava 40% sendo exploradas pelo seus ocupantes, 30% pôr posseiros e , 20% sob sistema de arrendamento.
Do proprietário de terras e/ou lotes rurais, houve no final da dêcada de 80 uma forte tendência para a descaracterização das atividades econômicas na região, devido a três fatores: A valorização das terras, para instalação de pequenos empreendimentos imobiliários; O retaliamento de lotes rurais, pôr famílias de agricultores; A pressão exercida pôr estabelecimento humanos ao longo da malha urbana, evoluindo a favelização.
A valorização das terras, compreendendo em parte a baixada de Jacarepaguá, induziu ao crescimento do mercado imobiliário nas encosta. Em algumas posses, observa-se uma evolução gradativa de ocupações rurais/residenciais, que desenvolvem através do retaliamento de lotes, pôr parte das famílias de proprietário de terras, agricultores, que perderam a tradição da cultura no vínculo econômico com as terras.
A pressão dos estabelecimentos humanos ao longo da malha urbana, interfere sobre as áreas frágeis. Agrava-se cada vez mais com relação a quantidade de ocupações de forma desordenada que crescem nas encostas, o que induz ao constante avanço da favelização.
Os agrupamentos de classes residenciais a exemplo: os condomínios elevam a taxa de ocupações por área, com o aparecimento de um número já significante de empreendimentos imobiliários de alto padrão construtivo em região valorizadas.
Apesar de o Estado, não haver dados exatos sobre o percentual de ocupantes por áreas, estima-se que no Maciço da Pedra Branca, já existam cerca de 10.000 mil moradores, ocupando propriedades, tanto de encostas e fundo dos vales, quanto em seu interior em confronto com remanescentes de florestas. A zona oeste é a região do município do Rio, que mais sofreu com o processo de ocupações nos últimos anos. Na maior parte em encostas de morros de áreas protegidas ou de preservação permanente, como a Pedra Branca. A estimativa é que até o ano de 2005, se continuar neste ritmo de crescimento, a Pedra Branca, sofrerá uma perda no entorno de 3% de áreas cobertas de florestas ou outro tipo de vegetação predominante, devido a ocupações que vem ocorrendo em processo contínuo ao longo da malha urbana.
Do proprietário de terras e/ou lotes rurais, houve no final da dêcada de 80 uma forte tendência para a descaracterização das atividades econômicas na região, devido a três fatores: A valorização das terras, para instalação de pequenos empreendimentos imobiliários; O retaliamento de lotes rurais, pôr famílias de agricultores; A pressão exercida pôr estabelecimento humanos ao longo da malha urbana, evoluindo a favelização.
A valorização das terras, compreendendo em parte a baixada de Jacarepaguá, induziu ao crescimento do mercado imobiliário nas encosta. Em algumas posses, observa-se uma evolução gradativa de ocupações rurais/residenciais, que desenvolvem através do retaliamento de lotes, pôr parte das famílias de proprietário de terras, agricultores, que perderam a tradição da cultura no vínculo econômico com as terras.
A pressão dos estabelecimentos humanos ao longo da malha urbana, interfere sobre as áreas frágeis. Agrava-se cada vez mais com relação a quantidade de ocupações de forma desordenada que crescem nas encostas, o que induz ao constante avanço da favelização.
Os agrupamentos de classes residenciais a exemplo: os condomínios elevam a taxa de ocupações por área, com o aparecimento de um número já significante de empreendimentos imobiliários de alto padrão construtivo em região valorizadas.
Apesar de o Estado, não haver dados exatos sobre o percentual de ocupantes por áreas, estima-se que no Maciço da Pedra Branca, já existam cerca de 10.000 mil moradores, ocupando propriedades, tanto de encostas e fundo dos vales, quanto em seu interior em confronto com remanescentes de florestas. A zona oeste é a região do município do Rio, que mais sofreu com o processo de ocupações nos últimos anos. Na maior parte em encostas de morros de áreas protegidas ou de preservação permanente, como a Pedra Branca. A estimativa é que até o ano de 2005, se continuar neste ritmo de crescimento, a Pedra Branca, sofrerá uma perda no entorno de 3% de áreas cobertas de florestas ou outro tipo de vegetação predominante, devido a ocupações que vem ocorrendo em processo contínuo ao longo da malha urbana.
3) O manancial de águas, é sem dúvidas, hoje, o problema considerado o mais preocupante no Maciço. São cerca de 11 onze represas de captação de águas, distribuídas em 05 cinco unidades de tratamento (Rio da Prata, Camorim, Rio Grande, Guaratiba e Sacarrão).
A constante degradação do uso do solo por culturas, a redução da cobertura vegetal ciliares, a contaminação das represas por despejo de matéria orgânica oriundos da concentração de moradias ao longo das bacias hidrográficas, se torna uma ameaça futura a saúde da população que consomem as águas da Pedra Branca.
A estimativa é se continuar na Pedra Branca, o aumento de ocupações, com a emissão de poluentes nos rios, progredindo desta forma, a maior parte dos mananciais utilizados no abastecimento das populações circunvizinhas, estarão comprometidos para consumo, por um volume acima do índice tolerável de coliformes de origem fecais.
Na maior parte das ocupações, os moradores cultivam o hábito de praticar a caça, a animais silvestres, o extrativismo de produtos e subprodutos florestais, levando em risco a redução de espécies, tanto da fauna, quanto da flora.
Já é considerável na Pedra Branca, em áreas a exemplo: o Pau da Fome, o Sacarrão, e o Camorim, e o Rio da Prata a constatação de um número significante de animais silvestre sob a guarda doméstica, na maioria pássaros, o que impulsiona o criador o comércio ilegal, em feiras livres.
As ocupações induzem também o hábito familiar de cultivar animais domésticos e/ou de estimação, o que se observa na Pedra Branca, um aumento de risco de zonoses, desde a criação de cachorros, suínos, patos, galinhas, cavalos, burros etc.
Pesquisas recentes sobre a ave fauna, realizadas pelo pesquisador Pedro Ernesto Ventura, na Pedra branca, apontaram em áreas de florestas o aparecimento de parasitas como carrapatos, encontrados em aves silvestres, oriundos da pastagem de cavalos e gados, em quase todo o Maciço.
A constante degradação do uso do solo por culturas, a redução da cobertura vegetal ciliares, a contaminação das represas por despejo de matéria orgânica oriundos da concentração de moradias ao longo das bacias hidrográficas, se torna uma ameaça futura a saúde da população que consomem as águas da Pedra Branca.
A estimativa é se continuar na Pedra Branca, o aumento de ocupações, com a emissão de poluentes nos rios, progredindo desta forma, a maior parte dos mananciais utilizados no abastecimento das populações circunvizinhas, estarão comprometidos para consumo, por um volume acima do índice tolerável de coliformes de origem fecais.
Na maior parte das ocupações, os moradores cultivam o hábito de praticar a caça, a animais silvestres, o extrativismo de produtos e subprodutos florestais, levando em risco a redução de espécies, tanto da fauna, quanto da flora.
Já é considerável na Pedra Branca, em áreas a exemplo: o Pau da Fome, o Sacarrão, e o Camorim, e o Rio da Prata a constatação de um número significante de animais silvestre sob a guarda doméstica, na maioria pássaros, o que impulsiona o criador o comércio ilegal, em feiras livres.
As ocupações induzem também o hábito familiar de cultivar animais domésticos e/ou de estimação, o que se observa na Pedra Branca, um aumento de risco de zonoses, desde a criação de cachorros, suínos, patos, galinhas, cavalos, burros etc.
Pesquisas recentes sobre a ave fauna, realizadas pelo pesquisador Pedro Ernesto Ventura, na Pedra branca, apontaram em áreas de florestas o aparecimento de parasitas como carrapatos, encontrados em aves silvestres, oriundos da pastagem de cavalos e gados, em quase todo o Maciço.